Pesquisar
Close this search box.

A Importância do Estudo Ativo

estudo ativo

O estudo ativo é importante, nesse artigo vamos desvendar o porquê.

O que é um estudo ativo?

O que é um estudo ativo? Mortimer Adler, uma das grandes referências em relação ao estudo, em seu livro “Como Ler Livros”, apresenta a frase: “Todo aprendizado genuíno é ativo e não passivo.” É impossível assimilar um conteúdo sendo passivo durante o estudo. É necessário gerar condições ativas, usar ferramentas que obriguem a sair da zona de conforto, abandonar a mecanicidade e prestar atenção no que está acontecendo. Isso é realizado através de um aprendizado ativo, uma postura própria. A grande chave é: estudar é um processo ativo. Nunca se aprende sendo passivo.

Isso é significativo. Quando viajamos de carona, às vezes passamos pelo mesmo lugar várias vezes, mas não estamos ativos na condução e não lembramos o caminho. É preciso dirigir. Afirmamos: “Vou dirigir para lembrar o caminho.” Por que, ao dirigir, lembramos mais o caminho do que como passageiro? Porque ao dirigir, somos ativos, nos responsabilizamos, afirmamos: “Preciso chegar ao destino.” Essa responsabilização torna a pessoa mais atenta a tudo que acontece, aprendendo mais. No estudo, deve-se ser o motorista. Não se deve ser passageiro, observando e acreditando estar aprendendo, mas na hora de conduzir para chegar ao objetivo, não conseguindo.

Rever os preconceitos sobre estudo ativo

Para discutir o estudo, é importante desconstruir algumas ideias preconcebidas. Uma delas é que ler não é estudar. Surge a pergunta: “Não é preciso ler?” É preciso. É necessário ler para estudar, mas a leitura é parte do processo, o primeiro contato. Muitas pessoas pegam o livro, começam a ler e acreditam que, por terem lido, o conteúdo já deve estar assimilado. Então, ficam horas lendo, sem apoio ou mensuração para saber se a leitura está sendo efetiva, e chegam ao final querendo ter absorvido todo o conteúdo. A leitura é o primeiro passo e geralmente é um processo passivo. A maioria lê de forma passiva.

Existem técnicas para realizar uma leitura ativa e iniciar corretamente o estudo. Mesmo a leitura ativa sendo o primeiro passo, é um dos elementos necessários. Ficar apenas sentado gera muita frustração, e é por isso que a maioria das pessoas perde o gosto pelo estudo. Portanto, apenas ler não é estudar.

Estudamos para aprender

Aprender é diferente de entender. O entendimento pode ser repetido. Se algo é explicado duas vezes, provavelmente será entendido nas duas vezes. Por exemplo, ao explicar uma fórmula matemática, entende-se como ela funciona. Isso não significa que em um mês será lembrada. Em um mês, pode-se ter esquecido. Mesmo tendo entendido, será necessário entender novamente, pegar a fórmula e fazer todo o processo outra vez para entender novamente. Isso acontece porque não houve aprendizado.

O aprendizado não é apenas memorização, envolve prática e aplicação. Diz-se que se está aprendendo uma matéria quando é possível aplicar aquele conteúdo em várias situações e contextos. Por isso, uma das metodologias sempre presentes no ensino formal são os exercícios. O propósito de um exercício é fazer com que a pessoa pratique, em algum grau, aquele conhecimento. Os conhecimentos de laboratório, onde se realizam experimentos, geralmente são aprendidos e incorporados mais facilmente porque se observa a aplicação prática.

Portanto, o fato de ter entendido algo durante a leitura não significa que realmente aprendeu. Há o processo adicional de lembrar e aplicar. Não existe aprendizado rápido. Pessoas que buscam leitura dinâmica frequentemente ficam frustradas. Quando se fala em estudar, não se trata de aumentar a velocidade de leitura ou fazer algo rápido ou milagroso. Não se vende milagres, busca-se ensinar a estudar para absorver o conhecimento.

O esforço necessário para o estudo ativo

É importante internalizar que aprender exige esforço e não é rápido. Não é possível simplesmente ler, fazer algumas coisas e dominar todo o conteúdo. É necessário dedicação, atenção e seriedade para aprender algo. Isso não se aplica apenas ao estudo. Para aprender artes manuais ou fazer um bolo, é preciso se esforçar, prestar atenção e fazer testes para ver como se aprende. Não acontece instantaneamente, geralmente o primeiro bolo não fica bom. É sempre necessário fazer vários e treinar para aprender e executar as tarefas.

Não se deve usar a rapidez como parâmetro, mas sim a eficiência do método, a eficácia, se realmente se aprende o necessário. É possível comprar aulas, cursos, livros, mas não se compra conhecimento. O que será absorvido desse material é algo pessoal, depende mais do indivíduo. Existe a ideia equivocada de comprar um livro e deixá-lo guardado para usar quando necessário, como se a nota fiscal do livro pudesse transferir automaticamente todo o conhecimento contido nele. Não funciona assim.

Aprendizado não se compra

Compra-se o livro, deixa-se na estante, passam-se dias, meses, anos, e ainda não absorvemos aquele conteúdo. Às vezes, até já se leu uma vez, mas não se comprou conhecimento. Adquire-se conhecimento pelo esforço, pelo uso das técnicas corretas, por um aprendizado de qualidade, não pelos objetos ou cursos comprados. É preciso ter cuidado com a falsa noção de que o conhecimento está disponível e pode ser acessado quando quiser. Isso faz com que nunca a gente nunca acesse o curso que comprou.

Compra-se um curso pensando: “Quando eu quiser, tenho acesso vitalício, tenho a vida toda, quando precisar estará lá”. O conhecimento só é conhecimento quando está internalizado, não quando está fora, no papel ou no computador. O conhecimento que está em um curso online comprado e não realizado não pertence ao comprador. O aprendizado que pertence é aquele que está internalizado, que pode ser utilizado sempre que necessário e sabe-se aplicar.

Quando se fala em estudar, fala-se em internalizar aquele conhecimento. Ao recomendar fazer material de apoio, recomenda-se internalizar esse conhecimento. Muitas pessoas ficam preocupadas com resumos, questionando se contêm tudo. O importante é: aprenderá o que está no resumo? O bom estudo não é fazer um bom resumo, é internalizar aquele resumo, tê-lo na mente, na prática. Às vezes, a pessoa fica muito preocupada com as ferramentas, em fazer um bom resumo ou mapa mental, e esquece que o objetivo não é fazer o resumo ou mapa mental, o objetivo é aprender o que está sendo colocado no mapa mental.

Quem é ativo?

Quem é ativo no aprendizado? Somos nós. É necessária uma postura ativa que permita entender o que está sendo estudado. A qualidade desse estudo depende do indivíduo. Isso pode ser polêmico: não depende apenas da qualidade do material disponível. É comum as pessoas se justificarem: “Estudei isso, não entendi. O professor era ruim. Estudei aquilo, mas não aprendi direito com aquele livro, não tem didática.” Cuidado. A qualidade do estudo depende muito do estudante.

Às vezes, entra-se em um curso, faculdade, graduação, pós-graduação, e há um professor ruim. Houve um professor chinês que dava aula em inglês. Menos didático que isso é impossível. Não se pode dizer que a culpa é dele por não ter aprendido. Não se dirá que a culpa é dele porque houve sofrimento, mas o aprendizado depende do estudante. Ele dará as diretrizes, fará uma explicação, e cabe ao estudante se dedicar depois para assimilar aquele conhecimento.

A qualidade do estudo depende mais do indivíduo. Embora um professor muito didático, que fale bem o português e use muitos exemplos, torne a vida mais fácil, se houver disposição para aprender, o esforço é do estudante. É necessário ter a iniciativa de preencher as lacunas daquele professor, daquele material que está sendo utilizado.

Portanto, não se deve justificar. É possível aprender, pois é um esforço pessoal e a qualidade do estudo depende apenas do indivíduo.

Você também pode gostar:

Fonte da imagem: Albrecht Dürer, Erasmo de Rotterdam, 1526, domínio público, Wikidata.org.

Este blog utiliza cookies para garantir uma melhor experiência. Se você continuar assumiremos que você está satisfeito com ele.